O DIABO COM AURÉOLA
Nem sempre o mal se apresenta de forma evidente. Às vezes, ele usa uma auréola, disfarçando-se em bondade e enganando até os mais atentos. Pessoas que precisam de algo frequentemente surgem com asas de anjo, oferecendo gestos de generosidade ou palavras doces, mas nem sempre por altruísmo genuíno.
A reflexão que fica é: até que ponto as intenções são puras? É fácil vestir-se de bondade quando há algo a ganhar, mas o verdadeiro caráter se revela nos momentos em que não há interesses ocultos.
A dualidade entre o "diabo" e o "anjo" reside dentro de cada um. Somos desafiados diariamente a enxergar além das aparências e distinguir as ações movidas pelo coração das que são guiadas pelo ego. Talvez a verdadeira sabedoria esteja em não se deixar enganar, mas também em não se tornar cínico diante da vida. Afinal, nem todo gesto mascarado de bondade é maldade, e nem todo erro é condenável.
A essência se prova com o tempo, não com aparências passageiras.
C. Caldas