Minha Velhice,
é o tempo bordado em rugas,
o caminho traçado por passos firmes,
ou, às vezes, por tropeços leves.
É a poesia que o corpo escreve
quando o tempo é o autor.
Aos meus 64 anos,
sou como o ipê em sua plenitude,
floresço mesmo quando a estação
parece dura.
Minhas flores caem, e para uns,
é apenas sujeira.
Mas para outros,
um tapete dourado
que abraça o chão com delicadeza.
Assim é a velhice:
uma dança de memórias,
um conjunto de experiências
que o coração colhe
da estrada da vida.
Uns a veem como peso,
outros como leveza.
Eu fico com a beleza.
Pois cada flor caída
é uma história vivida,
um pedaço da minha alma que se revela
no passar das estações.
C. Caldas.